A ARTE DE SABER CRUZAR


Hoje em dia os flanqueadores( o n°7 e o n°11) na esmagadora maioria das equipas não sabem cruzar! Afirmo e repito! Hoje em dia, independentemente dos sistemas tácticos  e da estratégia para o jogo, temos extremos que não sabem fazer um passe a 20 metros, um cruzamento...
Digo isto porque, as equipas passaram a jogar todas elas com a mesma ideia de jogo, onde se dá agora mais privilegio ao corredor interior do que, ter capacidade e a querer ganhar os corredores laterais com cruzamentos para a área.
É claro que tudo isto é fruto da evolução do futebol, sobretudo das grandes equipas mundiais onde proliferam jogadores com muita qualidade técnica, capazes de num curto espaço de terreno arranjar soluções, "num mar de gente", encontrando caminhos para a baliza.
O tiki-taka que nos habituou o Barcelona, bem como todas as equipas do Pep Guardiola, onde  o futebol de posse de bola curtinho de pé para pé veio, por assim dizer, revolucionar em muito, o modelo de jogo de todas as equipas do mundo.
E assim, a realidade do n°7 e do n°11 converteu-se num jogador anfíbio, nem é incisivo a atacar nem é um jogador que sabe cruzar . Um género de médio (n°8) que pode também pisar os terrenos de um segundo avançado (n°10).
Esta variação de criar situações de finalização, passando a não previligiar os corredores laterais afunilou o jogo no corredor central, trazendo a meu ver, uma maior dificuldade de penetração às equipas, que sem qualidade técnica, adoptaram este método de jogo. Isto porque, a classe e os requesitos técnicos dos jogadores das grandes equipas europeias, em nada tem a ver, nem se compara, com os planteis da esmagadora maioria dos clubes.

Pedir cruzamentos aos homens que jogam nas laterais é hoje em dia, um gesto técnico que ficou esquecido para a história. Onde um ala já nem é carne nem é peixe e, o cabeceamento do ponta de lança a sobrevoar a área sob os centrais foi corrompido por, um jogar tão poucoxinho, na arte que era saber cruzar.

Comentários

Mensagens populares